CULTURA | DEBATE
07 JUN 2013 | A ampliação do debate sobre a política cultural de Lauro de Freitas foi a principal conclusão de um encontro, ontem no Cine Teatro. Organizado por Duzinho Nery, diretor da Sociedade Cultural Távola e Coordenador Executivo da secretaria municipal de Cultura e Turismo, o evento reuniu os principais artistas e produtores culturais da cidade, que voltaram a criticar a falta de apoio do poder público.
Rubenval Menezes, do Ereoatá Teatro de Bonecos, com sede em Itinga, apontou as “lamentações inócuas” do segmento e a frequente falta de retorno das reuniões sobre o tema. "Nada acontece", concluiu, porque “não é a gestão nem o gestor [público] que vai transformar a realidade da cultura na cidade, somos nós”.
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> Fernando Marinho (dir), ao lado de Duzinho Nery na mesa: em defesa da independência > © COPYRIGHT VILAS MAGAZINE | FOTO EM 06.06.2013
> Representantes de diversos setores culturais participaram do debate > © COPYRIGHT VILAS MAGAZINE | FOTO EM 06.06.2013
> Rubenval Menezes, do Ereoatá Teatro de Bonecos: o gestor passa, os artistas ficam
À frente de um grupo renomado e que caminha com as suas próprias pernas há mais de uma década, Menezes lembrou ainda que "o movimento cultural cresce quando buscamos resultados para todo o segmento" e não apenas para obter um cachê em evento público. “Devemos construir a cultura que queremos e não colocar na mão do gestor porque ele passa, nós não”, completou.
Já Andrea Mota, do Oco Teatro Laboratório, defendeu que “o gestor tem parte da responsabilidade, sim”. Andrea criticou a "cultura de eventos" de Lauro de Freitas, em que as manifestações artísticas só têm espaço em função de comemorações oficiais. Ela condenou também o financiamento de eventos religiosos com dinheiro público destinado à Cultura, uma prática recorrente do poder público municipal e pediu uma “política forte de capacitação para buscar apoio com eficácia” – por meio dos editais públicos de financiamento.
Fernando Marinho, presidente do Sindicato dos Artistas e Técnicos da Bahia, destacou a necessidade de haver leis que garantam a independência do segmento, com orçamento próprio. “Na Saúde e na Educação há acesso gratuito aos equipamentos” – os hospitais e escolas públicas, disse. “Na Cultura o recurso é quase nenhum, o acesso é complicado e para usar um espaço público temos que pagar pauta”, apontou.
Para Duzinho Nery, o encontro voltou a mostrar as demandas do setor de Cultura de Lauro de Freitas – as mesmas de sempre. Há pouco mais de dois anos o falecido jornalista Hamilton Vieira, então coordenador do Cine Teatro de Lauro de Freitas, organizou uma mesa redonda que pretendia discutir a sustentabilidade econômica das manifestações locais de cultura – a mais perene das questões. “O objetivo é otimizar os projetos dos grupos culturais de Lauro de Freitas”, disse Vieira ao abrir o debate, com foco na política de editais públicos para financiamento da cultura. A iniciativa privada estava entre o público alvo do evento, mas só as arcas públicas se fizeram representar. Mesmo assim, sem resultados.
O governo estadual mandou Renata Reis, então representante do Território de Identidade Cultural da Região Metropolitana de Salvador, uma instância do Sistema Nacional de Cultura – que por sua vez representa a primeira tentativa de se institucionalizar políticas públicas na área, via Plano Nacional de Cultura. A prefeitura de Lauro de Freitas enviou o então secretário de Cultura Antônio Lírio.
Ontem, dentre todos os participantes do encontro, apenas o próprio Duzinho Nery tinha cargo na prefeitura, que não mandou qualquer representante ao evento. “Agora vamos levar o debate para a Câmara Municipal, numa audiência pública com o apoio da vereadora Aline Oliveira e do vereador Mateus Reis”, disse Nery. O setor permanece na expectativa de resultados concretos.
Bom dia, Santo Amaro de Ipitanga
A edição de setembro da Vilas Magazine começa a circular no dia dois destacando em editorial a marca de 200 edições. Outro tema de destaque é o fim da coleta de lixo que a prefeitura sempre fez no pequeno comércio. O fim do serviço público está embasado em lei federal de 2010 que prevê responsabilidade compartilhada entre o poder público e o empresariado, deixando a regulamentação a cargo dos municípios. Em Lauro de Freitas, é uma lei de 22 anos atrás que estabelece o limite de 100 litros ou 500 kg para o que pode ser considerado “lixo domiciliar”. Qualquer coisa acima disso seria “responsabilidade do estabelecimento comercial”. Em Salvador, o limite é de 300 litros por dia.
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