CULTURA | DANÇA
31 JUL 2013 | O Cine Teatro de Lauro de Freitas recebe nove espetáculos da melhor produção de dança na Bahia a partir de sete de agosto e até 13 de novembro. As apresentações, todas gratuitas, são parte do “Quarta que Dança”, programa de difusão cultural da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Funceb) que chega à sua 15ª edição. É a primeira vez que Lauro de Freitas está incluída na programação. A estreia local, no próximo dia sete, às 20h, traz Umbigo, do coreógrafo e bailarino Dejalmir Melo, com Douglas Gibran. A iluminação é de Pedro Benevides e a produção de Juliana Freire Dejalmir Melo.
> FOTO DE THAIS FIGUEIREDO
> Cena de A Coisa ou a Pessoa, em cartaz em Lauro de Freitas no próximo dia 21
Umbigo é um espetáculo com coreografia baseada nas características do homem contemporâneo: egoísta, usurpador e estudioso do seu próprio comportamento. Coloca em cena dois personagens que se encontram no caos absoluto. Roupas jogadas pelo chão e a presença de tijolos no cenário ajudam os personagens a compor uma história que fala de tolerância e sobre um dos principais conflitos humanos: a necessidade e dificuldade de conviver e se relacionar entre si.
Na esfera social contemporânea, onde cada vez mais refletimos e agimos de acordo com “nosso próprio umbigo”, o espetáculo vai abordando minuciosamente e através do corpo a ideia de que o que entendemos de determinada situação nem sempre é compartilhada pelo outro. Essa dicotomia entre o ser ativo demais e o ser passivo é dramatizada pelos dois personagens, de forma que a interpretação alcança o patamar de intersecção desses dois extremos de expressividade.
Ainda em agosto, no dia 14, às 20h, o público local pode ver “70porcento (ou Studying Water)”, de Neemias Santana, que também assina a direção e divide o palco com Ramon Moura. O espetáculo propõe-se criar uma curta série em cânones de traduções inspiradas na obra "Water Study", coreografada em 1928 por Doris Humphrey Trata-se de uma de suas obras mais importantes, levando ao palco uma série de cânones minimalistas executados no silêncio, fazendo referência direta à plasticidade da água e do mar. No espetáculo de dança, a coreografia original vira vídeo e o vídeo vira nova coreografia, que seguem alternando posições.
A obra inicial vai se desdobrando em outras, tendo como elementos de base a própria estrutura canônica, a linha curva, os níveis de fluência e as possibilidades plásticas e sensoriais da água. A direção de vídeo e design de luz é de João Rafael Neto. Jk Santos faz o design de mídia e interatividade. A produção é de Inah Irenam.
“A Coisa ou a Pessoa” é o espetáculo programado para o dia 21 no Cine Teatro de Lauro de Freitas. De Melissa Figueiredo, diretora e intérprete, tem no palco o mesmo Neemias Santana de 70porcento, acompanhado por Leonardo Muniz. O título vem de uma passagem de “Pela Noite”, novela publicada em “Triângulo das Águas” (1983), um dos mais cultuados livros de Caio Fernando Abreu – premiado com o Jabuti. No livro, Pérsio e Santiago mergulham nas questões da identidade sexual relacionada à vivência afetiva – e não. A iluminação é de João Rafael.
Também em agosto, no dia 28 às 20h João Perene (figurino, coreografia e direção) traz “Soco no Vento”, obra que aponta para uma questão bem simples: a fácil maneira de se defender com uma dureza apenas aparente. A omissão, a não-verbalização, o que está implícito, existindo submerso aparentemente invisível, mas norteando todos os deslizamentos e acomodação do território emocional. Como estética, busca-se uma dança de riscos, sensações e imagens, descartando-se técnicas prontas. Os intérpretes provocam-se constantemente, fazendo surgir a cumplicidade, não se revelando enquanto gênero.
O espetáculo foi Concebido para o lançamento do saudoso Ateliê de Coreógrafos Brasileiros em 2002, um projeto baiano que reunia em Salvador criadores de várias partes do país e que acabou sendo responsável pelo agrupamento de artistas que logo veio dar origem à criação da Cia. João Perene Núcleo de Investigação Coreográfica (2004). Em 2012, a obra foi revisitada e contou, nesta segunda versão, com a participação de jovens bailarinos, alunos da Escola de Dança da Funceb, escolhidos através de uma audição, para o encerramento do projeto de manutenção da companhia.
O elenco traz Marcley Oliveira, Marcio Fidelis, Ramon Moura e Neemias Santana. O projeto de luz é de Gerard Laffuste e a música de Armand Amar e Einstürzende Neubauten.
Em setembro chega “Mistura Brasileira”, de Gerard Laffuste e Cia. Rodas no Salão. Em outubro é a vez de “Anfíbios”, de Ricardo Alvarenga e “Raimundos”, de Bruno de Jesus. Em novembro, fechando a edição, vêm “Pontes Visíveis” de Clara Trigo e “Still”, de Sandra Corradini. Os espetáculos serão apresentados nas próximas edições da Vilas Magazine, na cadência da programação.
Outras onze cidades baianas, incluindo Salvador, vão ver apresentações do “Quarta que Dança”. Ao todo são dez espetáculos, quatro intervenções urbanas, três danças de rua e quatro trabalhos em processo de criação em. No total, serão 84 sessões de uma mostra do panorama contemporâneo da diversidade da produção em dança na Bahia.
As 21 propostas participantes foram selecionadas dentre 120 inscritas em edital público promovido pela Funceb, entidade vinculada à Secretaria de Cultura do Estado da Bahia. A programação completa pode ser consultada no site www.fundacaocultural.ba.gov.br/quartaquedanca.
Os dados deste ano revelam o aumento do número total de projetos e de apresentações – até 2012 eram 15 trabalhos com três apresentações cada, numa programação de 45 sessões. Agora, são 21 propostas com quatro apresentações cada, ampliando a programação para 84 oportunidades de assistir à Dança da Bahia – e todas elas passaram a ser gratuitas.
Outro ganho importante se dá no aporte financeiro para os prêmios do edital, que chega a R$ 194 mil, uma ampliação de 83% em relação aos R$ 106 mil aplicados até 2012. Assim, os cachês dos participantes também tiveram aumentos.
Bom dia, Santo Amaro de Ipitanga
A edição de setembro da Vilas Magazine começa a circular no dia dois destacando em editorial a marca de 200 edições. Outro tema de destaque é o fim da coleta de lixo que a prefeitura sempre fez no pequeno comércio. O fim do serviço público está embasado em lei federal de 2010 que prevê responsabilidade compartilhada entre o poder público e o empresariado, deixando a regulamentação a cargo dos municípios. Em Lauro de Freitas, é uma lei de 22 anos atrás que estabelece o limite de 100 litros ou 500 kg para o que pode ser considerado “lixo domiciliar”. Qualquer coisa acima disso seria “responsabilidade do estabelecimento comercial”. Em Salvador, o limite é de 300 litros por dia.
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Editorial | 200 edições |
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Cidade | Serviços |
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A coleta de lixo agora se tornou um luxo para nós, comerciantes |
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Thalita Cáceres, lojista que passou a tratar o lixo por conta própria depois que a prefeitura deixou de coletar no pequeno comércio. |
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