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15 jan 2012 | Olho, da Cia. Teatral Oops!.., de Goiânia (GO), grande vencedor da sexta edição do Festival Nacional Ipitanga de Teatro (FIT), é o espetáculo que o gênio norte-americano Edgar Allan Poe, mestre do estilo gótico do século 19, teria escrito. Numa adaptação do conto “The Tell-Tale Heart” (ou coração delator), a peça realiza a façanha de transpor para o palco o terror que fez de Poe uma referência do gênero.
> © COPYRIGHT VILAS MAGAZINE | 14.01.2012
> João Bosco Amaral agradece um dos seis prêmios de Olho, incluindo melhor espetáculo > © COPYRIGHT VILAS MAGAZINE | 11.01.2012
> O grande "olho" a fitar o público e a cena em que o mordomo se esgueira para o quarto > © COPYRIGHT VILAS MAGAZINE | 11.01.2012
> A cadeira vazia: impossível não perceber o velho ali sentado
Melhor espetáculo do festival, Olho deu a Ivan Lima o prêmio de melhor direção, a João Bosco Amaral o de melhor ator e faturou ainda outros quatro prêmios. Levou os troféus de melhor trilha sonora (Lino Calaça), melhor cenário (Jeová de Lucena) e melhor iluminação (João Bosco Amaral). A montagem conquistou ainda uma indicação a Destaque do Festival com Edelweiss Vieira, que assina a preparação corporal de João Bosco.
O conto investe na psicologia do terror para castigar um assassino sem sentimento de culpa – mas encurralado pela sua própria insanidade, numa decorrência natural do processo mesmo que levou ao assassinato. O que o texto trabalha é a fixação de um mordomo pelo olho cego de seu patrão.
A quase ausência de recursos ao horror explícito – coisa que poderia ser tranquilamente transcrita para o palco – representa um desafio plenamente vencido neste Olho. A atuação de João Bosco Amaral, pedra angular do espetáculo, tem o sofisticado apoio de todos os aspectos técnicos, incluindo os que não foram premiados.
No cenário, uma imensa e sombria mansão está perfeitamente dimensionada pelas sombras projetadas. O grande relógio suspenso no centro absoluto do palco é o próprio olho a fixar e incomodar o público. A iluminação, que podia ter ficado pela ambientação lúgubre, está também a serviço dos personagens. João Bosco está sozinho em palco, mas é impossível deixar de ver o velho na cadeira vazia.
A produção apurada não é, aqui, mero preciosismo ou exibição de talento, mas uma necessidade absoluta para alcançar Edgar Allan Poe. A referência ao mestre impõe uma responsabilidade que facilmente teria sido descumprida.
Mas fundamental é o desempenho do ator. O ponto alto da performance está na sequência em que o mordomo descreve o esgueirar-se pela porta do quarto para observar o olho cego do patrão, que dorme. O turbilhão insano que dá personalidade ao assassino fica marcado na descrição do horror que o olho lhe causa. A própria platéia mataria o velho apenas para se livrar daquele sentimento incômodo. É nisso que o espetáculo aposta – e vence.
Bom dia, Santo Amaro de Ipitanga
A edição de setembro da Vilas Magazine começa a circular no dia dois destacando em editorial a marca de 200 edições. Outro tema de destaque é o fim da coleta de lixo que a prefeitura sempre fez no pequeno comércio. O fim do serviço público está embasado em lei federal de 2010 que prevê responsabilidade compartilhada entre o poder público e o empresariado, deixando a regulamentação a cargo dos municípios. Em Lauro de Freitas, é uma lei de 22 anos atrás que estabelece o limite de 100 litros ou 500 kg para o que pode ser considerado “lixo domiciliar”. Qualquer coisa acima disso seria “responsabilidade do estabelecimento comercial”. Em Salvador, o limite é de 300 litros por dia.
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