CIDADE | TRÂNSITO
1 JUN 2015 | Os moradores de Abrantes, distrito de Camaçari vizinho a Lauro de Freitas, estão questionando junto ao Ministério Público o desmembramento e transferência da praça de pedágio da BA-099 no sentido Salvador para as proximidades do rio Joanes. Entre outros pontos, eles querem saber por que a CLN [Concessionária Litoral Norte] vai cobrar pedágio pela implantação da Via Metropolitana, que será administrada por outra empresa, a Concessionária Bahia Norte. A questão foi levantada pelo advogado Anderson Rosário, morador da região e apresentada a uma plateia de mais de cem pessoas no mês passado.
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> Ponto da BA-099 em que a nova praça de pedágio será implantada, sentido Lauro de Freitas > © COPYRIGHT VILAS MAGAZINE
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> O advogado Anderson Rosário fala aos moradores de Abrantes: Ministério Público provocado
A reunião, realizada no Clube da Caixa, na Estrada do Coco, a escassos metros da futura praça de pedágio, serviu para discutir o projeto do governo, franqueado ao público no website da secretaria estadual de Infraestrutura no início do mês passado. Intitulado “alternativas para implantação de praça de pedágio na BA-099”, a apresentação animada na verdade não oferece alternativas.
A ideia é passar a cobrar o pedágio em Abrantes, para quem segue do litoral norte para Lauro de Freitas e Salvador – e não mais em Jauá. Naquela localidade passaria a ser cobrado apenas o pedágio no sentido oposto. Um dos moradores presente à reunião destacou que o recuo do pedágio eliminaria todas as rotas de fuga – velho problema da CLN em Camaçari.
Durante anos a rota do loteamento Las Palmas foi questionada pela concessionária na Justiça e acabou interditada. Hoje é possível seguir do polo industrial de Camaçari para Lauro de Freitas e Salvador via Cajazeira de Abrantes, sem passar pelo pedágio. Já o recuo da praça para Abrantes, como propõe o governo, obrigaria todo esse importante tráfego a pagar a tarifa.
Contrapartidas – Inicialmente apresentado como alternativa para viabilizar a construção da Via Metropolitana, o desmembramento e recuo da praça na BA-099 agora é proposto pelo governo da Bahia como uma solução em si mesma, sem conexão com a nova via. Em contrapartida, a Concessionária Litoral Norte (CLN), que administra a Estrada do Coco a partir do Km 7, no limite com Lauro de Freitas, faria novos investimentos na rede viária de Camaçari.
O principal benefício seria destinado aos 17 Km da Via Cascalheira, que liga a Estrada do Coco à sede daquele município. A rodovia seria requalificada, duplicada e iluminada. Oito quilômetros da Estrada do Coco também seriam iluminados, da ponte do rio Joanes à localidade de Areias.
O governo apresenta como contrapartida também o “livre acesso entre os distritos do município de Camaçari”, o que provocou indignação entre os moradores que participaram da reunião. A intenção do grupo é evoluir das manifestações anteriores para uma ação de rua mais efetiva.
Alheios aos benefícios prometidos para a Cascalheira, os moradores de Abrantes reivindicam livre acesso a Lauro de Freitas, município conurbado àquela localidade e do qual dependem diariamente para abastecimento e serviços – e não à sede de Camaçari, cerca de 20 Km distante. “É como ter que pagar pedágio para atravessar o Ipitanga, sair de Lauro de Freitas e entrar em Salvador”, compara o engenheiro Mário César Bulgari, que mora na região. “Abrantes, Lauro de Freitas e Salvador são conurbadas”, sublinha ele – “estão querendo nos vender a fantasia de que a nossa vida é em Camaçari”.
O combate à ideia de recuar o pedágio nasceu em 2009 e ganhou força nos anos seguintes, quando pela primeira vez se falou na construção da Via Metropolitana, que vai ligar a BA-526 (CIA-Aeroporto) à BA-099 (Estrada do Coco) na altura de Busca Vida. Já naquela época a justificativa era viabilizar a construção de uma rota alternativa para desafogar o trânsito nos 7,5 Km iniciais da Estrada do Coco, em Lauro de Freitas.
Quando o projeto da Via Metropolitana veio a público nas páginas da Vilas Magazine surgiu uma facilidade extra para os moradores de Busca Vida – muito ativos nos protestos anteriores contra o recuo do pedágio: um novo retorno seria construído. Mas para a maioria dos que residem do outro lado do Joanes não há retorno certo: “há pessoas que vão pagar para entrar em casa, outras vão pagar para sair”, destaca Ari Barbosa, um dos líderes do “movimento pedágio não”.
Além do custo com o pagamento diário de pedágio para circular entre Abrantes, Lauro de Freitas e Salvador, os moradores estão preocupados com a desvalorização imobiliária que a tarifação de uso da rodovia vai provocar. “Quem vai nos indenizar pelo prejuízo”, perguntavam moradores da região na reunião de maio.
Bom dia, Santo Amaro de Ipitanga
A edição de setembro da Vilas Magazine começa a circular no dia dois destacando em editorial a marca de 200 edições. Outro tema de destaque é o fim da coleta de lixo que a prefeitura sempre fez no pequeno comércio. O fim do serviço público está embasado em lei federal de 2010 que prevê responsabilidade compartilhada entre o poder público e o empresariado, deixando a regulamentação a cargo dos municípios. Em Lauro de Freitas, é uma lei de 22 anos atrás que estabelece o limite de 100 litros ou 500 kg para o que pode ser considerado “lixo domiciliar”. Qualquer coisa acima disso seria “responsabilidade do estabelecimento comercial”. Em Salvador, o limite é de 300 litros por dia.
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